Ser Pai é mais que gerar filhos!

Ser pai não é só gerar filhos. Há muitos pais que não geraram filhos, mas dedicam tanta atenção aos filhos sem pai. Cuidam tão bem de sua formação moral e espiritual, social e profissional, capacitando-os para a vida, que substituem quase que perfeitamente o pai legítimo. Alguns até substituem com certa superioridade a figura do pai biológico, porque agem com tanta dedicação e empenho, que acabam por esmerar-se a ponto de sublimar a função e a qualidade de pai adotivo que representam.

A substituição do pai legítimo é quase perfeita, porque para o filho, por mais que se sublime o pai adotivo e se desvele em carinhos, naturalmente a circunstância de não ser, em verdade, o pai legítimo, pode  e quase sempre assim acontece. Trazer a  lembrança da figura do pai que deixou de viver, e isso, por certo, é que impede a substituição perfeita, total, sem saudade...

De modo contrário, há muitos pais que, embora vivos, não preenchem cabalmente os requisitos do pai consciente de suas responsabilidades e privilégios. Porque não mantêm o filho. Porque não o educam. Porque não se fazem amigos dos filhos. Porque não conduzem o filho a uma visão realística e autêntica da vida, para que de bem possa sentir, de modo legítimo e inteligente, os verdadeiros valores desta vida.  Assim abrindo-lhe a perspectiva que lhe permite lograr, realizar-se e respeitar a figura do pai, reconhecendo  méritos e qualidades inerentes ao pai que todo filho espera ter: o pai completo!

E se para muitos o dia dos pais foi instituído apenas para vender - e disso os jornais, as rádios e as emissoras de televisão se incumbem magnificamente para muitos outros (entre eles, nós). Essa data deve ser utilizada - ainda que tenha sido criada para fins comerciais -, pode servir de oportunidade válida para ensejar aos filhos o respeito, a obediência e o carinho aos pais. Cabe aos pais, por sua vez, relembrar o papel importante que lhes está reservado na sociedade, de contribuir para a melhoria do nosso mundo, onde a família, o lar, é fonte insuperável de ensinamento e estímulo para o aperfeiçoamento humano. Nesse sentido, aceitamos o Dia dos Pais com esse propósito, adotamos essa data.

Se o irmão e amigo estiver conosco, divulgando essa ideia, vivendo, nesse dia, esses ideais, o Dia dos Pais não será mera ocasião de dar um presente efêmero e passageiro, mas há de se constituir naquele esforço a que se referia Rui Barbosa, ao afirmar que "uns plantam a semente da couve para o prato de amanhã, mas outros a semente do carvalho para o abrigo do futuro".

Por conseguinte, plantemos ideias que vinguem para sempre e produzam frutos que o tempo não possa anular, destruir. Relembremos aos pais a sua responsabilidade e privilégio, e aos filhos lembremos o quanto devem respeitar o pai enquanto o têm ao seu lado, porque  o dia virá em que também terão saudade... ainda que os pais não sejam o pai perfeito que todo filho deseja ter, porque, do ponto de vista humano, a perfeição é inatingível, mas, pelo menos, um pai cumpridor de seus deveres e um pai que procura contribuir para a felicidade do seu filho, conscientemente, criteriosamente, da forma que lhe é possível, em face das contingências da própria vida.

Nessa data olhemos para o Pai de amor que nos deu seu único filho para redimir a humanidade de todos os pecados, gerando assim em nós os frutos do seu caráter.

Pr. Francishaimer            

Texto adaptado