Cada casa uma extensão da Igreja

21/10/2013 17:32

Cada instituição é a cara do prédio onde se reúne, mas a nossa igreja não deveria existir em função do prédio onde nos reunimos. O prédio deveria ser para nós apenas um lugar de treinamento e celebração, a vida normal da igreja acontece em outros lugares, no nosso dia-a-dia.

 

Apesar de, no Antigo Testamento, Deus ter habitado num templo, isso não acontece no Novo Testamento. Hoje, nós somos o templo de Deus. Ele habita em nós. Assim, biblicamente falando, a Igreja do Novo Testamento possui um lugar de reunião, mas esses não são lugares de habitação de Deus.

 

Os templos são uma grande contradição do cristianismo, na verdade eles não existiam até o segundo século. Se você procurasse pela igreja no primeiro século você seria conduzido a grupos de pessoas se reunindo em casas. Não havia um prédio especial. No entanto, aquele foi o tempo em que a igreja mais cresceu em número e vida espiritual.

 

Na verdade, esses são objetivos básicos da igreja: crescimento em número, em fé e serviço. Os prédios em nada ajudam a atingirmos isso. Não se trata de uma fala contra os templos ou lugares de reunião da Igreja, eles são importantes, mas sim das lições que precisamos aprender com eles.

 

  1. Prédios falam de imobilidade

O mover de Deus diz: ide, mas nossos prédios nos dizem : Fiquem. O mover de Deus diz: Busquem os perdidos. Mas os prédios nos dizem: Deixem que eles venham até nós.

 

Uma igreja em células é um tabernáculo ambulante. É sempre móvel, uma peregrina. Nossa identidade não deveria estar associada a prédios. Eles deveriam possuir uma utilidade meramente funcional, e não existencial.

 

  1. Prédios falam de inflexibilidade

Faça você mesmo um teste. Vá a uma igreja para a qual o prédio seja a própria identidade dessa comunidade. Avalie o grau de abertura para mudanças no meio deles. Pode ter certeza: o resultado é zero. O prédio determina o tipo de igreja que nele se reúne. Tudo fica em função do espaço disponível. Mas a pior coisa a respeito da falta de flexibilidade é a estagnação. Entra e sai ano e aquela igreja é a mesma. Sabe por quê? Porque ela e o prédio se confundem. Os prédios mudam pouco, principalmente quando são caros e magníficos.

 

Na antiguidade, os judeus guardavam vinho em odres feitos de couro de ovelha. Esses odres precisavam frequentemente ser untados por fora, para não se enrijecerem e se partirem, perdendo todo o vinho. Assim, a maior necessidade de um bom odre era ser flexível. Isso era necessário por causa da fermentação do vinho que emite gases e força a estrutura do odre.
Essa ilustração é incrivelmente clara. Odres (estrutura) precisam ser flexíveis, porque o vinho (Espírito Santo) é algo cheio de vida que produz movimentos e mudanças eventuais de volume. E uma boa maneira de torná-lo flexível é sempre mantê-lo cheio do óleo. A célula é um elemento fantástico para nos fazer uma igreja flexível e aberta ao mover de Deus.

 

  1. Prédios falam de impessoalidade

Por si só os prédios são coisas impessoais. Apesar de, em alguns momentos, inspirarem o culto, transpiram formalidade e distanciamento. Podemos estar alegres e descontraídos, mas quando entramos num “templo”, somos atingidos por um espírito de impessoalidade. Nos tornamos imediatamente frios, distantes e formais.

 

Esse tipo de problema não existe quando a vida da igreja extrapola os limites do prédio, através das células. Elas definem tanto a nossa liturgia quanto a nossa maneira de existir como igreja.

 

  1. Prédios falam de orgulho.

Uma das motivações da construção da torre de babel foi a perpetuação do nome dos seus construtores. Eles queriam tornar-se célebres e famosos (Gn. 11.4). Se, por um lado, os grupos estão a procura de ostentação e glória e se preocupam muito com os prédios, por outro, as células não ostentam coisa alguma e estão em todo lugar: nas casas, nas escolas, nas empresas. Não temos em que nos gloriar, a não ser no poder de Deus.

 

Ao usar a analogia do templo, não estamos dizendo que somos contra os prédios, cremos mesmo que eles são inevitáveis. Mas, cuidado! Quando a identidade de uma igreja está ligada ao prédio, então, a vida já se foi; o que resta é uma instituição morta.

 

Acabou-se o tempo em que a vida da igreja era algo que acontecia aos domingos, nos templos. Numa igreja de vencedores, ser cristão é um estilo de vida que praticamos em nosso dia-a-dia. A igreja acontece em todo lugar: nas ruas, nos colégios, nós supermercados, nós shoppings e, acima de tudo, nas casas.

 

Numa igreja de vencedores, não recrutamos membros, fazemos discípulos. Membros da igreja não podem alcançar muito para Deus, discípulos porém, conquistam nações. Se esse entendimento entrar em nós, onde formos a igreja irá junto. Se você se mudar para outra cidade, a igreja irá junto com você. Não vá a igreja somente, mas carregue a igreja onde você for.

Pare um tempo para refletir sobre o que você se entende por igreja...

 

Forte abraço,

Texto de Pr Aluízio Silva adaptado por Pr. Giovani Zainotte

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